Como entender Modelos de Machine Learning

Como entender Modelos de Machine Learning

Como entender Modelos de Machine Learning e aplicar no seu dia a dia.

Modelos são ferramentas, formas de traduzir perguntas do mundo real em algo que a gente consegue medir, testar e melhorar.

Quando eu penso em Modelos de Machine Learning, gosto de tratá-los como mapas que ajudam a navegar problemas reais.

Modelos: definição simples e aplicada

Um modelo é, em essência, a especificação de uma relação entre variáveis. Isso pode ser uma equação simples numa planilha ou um algoritmo probabilístico que roda em escala.

O importante não é o rótulo, é o papel que ele desempenha: transformar uma dúvida em algo testável.

No dia a dia profissional eu uso essa visão para alinhar expectativas. Antes de construir qualquer coisa, pergunto: qual decisão isso vai suportar?

A resposta orienta as escolhas sobre quais variáveis incluir e qual nível de complexidade é realmente necessário.

Exemplos cotidianos que ajudam a entender

Pense num modelo de negócio em uma planilha: entradas como número de usuários, receita média por usuário e custos produzem uma projeção de lucro.

É um modelo — simples, mas útil.

Ou imagine um livro de receitas: ingredientes e número de pessoas definem as quantidades.

Alguém testou, anotou, ajustou. Isso é modelagem empírica.

No pôquer, as probabilidades que você vê na TV vêm de modelos que combinam regras do jogo e teoria da probabilidade para estimar chances de vitória.

Todos esses exemplos mostram que modelagem é raciocínio aplicado, não um mistério distante.

Por que modelagem importa para quem trabalha com dados

Modelagem converte incerteza em ações mensuráveis. Um modelo bem desenhado permite testar hipóteses, priorizar iniciativas e comunicar resultados com clareza.

Em ambiente corporativo, isso faz a diferença entre propostas que ficam no papel e mudanças que geram impacto.

Além disso, modelos bem documentados criam memória organizacional: outros profissionais entendem as premissas e conseguem reproduzir ou melhorar o que foi feito. Isso acelera o aprendizado e reduz retrabalho.

Como transformar uma pergunta de negócio em um modelo

O ponto de partida é sempre a pergunta. Em vez de “quero usar Machine Learning”, prefira algo como: “Como reduzir churn em 10% nos próximos seis meses?”.

Essa pergunta já aponta para as métricas e variáveis relevantes.

Passe da pergunta para hipóteses: quais fatores podem influenciar o churn? Frequência de uso, NPS, tempo de resposta do suporte, liste poucas variáveis com justificativa.

Menos é melhor: incluir tudo só porque está disponível tende a confundir o modelo e quem toma decisão.

Etapas práticas para construir um modelo útil

  1. Defina a pergunta e a métrica de sucesso. Sem isso, resultados ficam desconectados da realidade do negócio.
  2. Inventário de dados: quais fontes existem, qual a qualidade e se o custo de obter ou limpar esses dados é justificável.
  3. Engenharia de features e baseline: comece com modelos simples (regressão, árvore) e compare com uma baseline clara. Documente tudo.
  4. Validação: use treino/teste e técnicas como cross-validation quando fizer sentido. Meça com métricas alinhadas ao negócio, não apenas números técnicos.
  5. Monitoramento: implemente alertas para drift e degradação de performance.

Na minha experiência, a etapa de preparação e validação é onde se ganha ou se perde tempo — mas é também onde se ganha credibilidade.

Erros comuns e como evitá-los

Um erro frequente é buscar complexidade desnecessária. Modelos sofisticados podem ter melhor performance no papel, mas serem menos robustos e mais difíceis de explicar.

Prefira soluções que você consegue justificar para quem decide.

Outro equívoco é incluir muitas features sem base teórica ou evidência. Isso aumenta overfitting e reduz interpretabilidade.

E, por fim, construir isoladamente: se stakeholders não enxergam valor, o modelo vira um exercício acadêmico.

Medindo valor: métricas que importam

Escolha métricas que refletem impacto: redução percentual do churn, ganho incremental em receita, diminuição do custo por atendimento.

Métricas puramente técnicas (apenas accuracy, por exemplo) podem ser enganosas se não refletirem o objetivo final.

Sempre compare com uma baseline simples. Se seu modelo não supera um critério básico (por exemplo, regra de negócio existente), reavalie as premissas.

Aprendizado contínuo: como evoluir sua prática

Se você está começando, priorize projetos pequenos, com ciclo curto de iteração. Resolva problemas reais, mesmo que modestos, e documente aprendizados.

Estude fundamentos: estatística básica, probabilidade, validação experimental e manipulação de dados com SQL e Python.

Mais importante: desenvolva a habilidade de explicar. Se você não consegue traduzir o que o modelo faz em termos que um gestor entenda, o modelo provavelmente não terá impacto.

Conclusão

Modelos de Machine Learning são ferramentas práticas para transformar perguntas em decisões.

Eles não substituem o julgamento humano: potencializam-no.

Comece definindo a pergunta, escolha variáveis relevantes, valide com dados reais e itere. Modelos são mapas, use-os para navegar, ajustar a rota e chegar com mais segurança ao destino.

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Edinan Marinho

Edinan Marinho

Analista de Dados & Analytics Engineer. Trocando ideias sobre Análise de Dados, Ciência de Dados, Visualização de Dados, UX & Design, Tecnologia e Negócios. Engenheiro de Produção e Microsoft Certified: Fabric Analytics Engineer Associate!