A visualização de dados é uma habilidade que considero essencial em praticamente todas as áreas que envolvem análise e tomada de decisão.
No entanto, algo que aprendi ao longo da minha carreira é que, antes de criar gráficos, tabelas ou dashboards, é fundamental entender o contexto em que esses dados serão apresentados.
este artigo, quero compartilhar minha perspectiva sobre como o contexto influencia a visualização de dados, baseado não apenas na teoria, mas também na minha experiência prática e no que aprendi com o livro Storytelling com Dados de Cole Nussbaumer.
Conteúdo
Quem é Seu Público?
Um dos primeiros erros que vejo muitos profissionais cometendo ao criar visualizações de dados é não definir claramente quem é o público-alvo.
Já passei por situações em que, ao tentar comunicar dados para um grupo muito amplo e heterogêneo, acabei não me conectando com ninguém eficazmente.
Por isso, acredito que o primeiro passo para uma comunicação eficaz é conhecer profundamente o seu público.
Evite generalizações como “interessados internos e externos” ou “quem possa estar interessado”. Em vez disso, foque em definir um público específico.
Quando você tenta se comunicar com muitas pessoas de uma só vez, com necessidades diferentes, corre o risco de não conseguir se conectar com nenhuma delas de forma eficaz.
Um caso que me marcou foi quando precisei apresentar uma análise de mercado para a diretoria de uma empresa.
Em vez de simplesmente mostrar os números, me concentrei em como aqueles dados poderiam impactar as decisões de investimento da empresa. Isso foi o pulo do gato, pois consegui alinhar a apresentação às necessidades reais do público.
Identificar quem são esses tomadores de decisão e quais são suas prioridades pode ajudar a direcionar sua apresentação de maneira mais precisa.
Relacionamento com o Público

Outro ponto que considero fundamental é o relacionamento que você tem com o seu público.
Já percebi que, quando estou me comunicando com um grupo pela primeira vez, preciso dedicar mais tempo para estabelecer credibilidade.
Isso pode incluir explicar melhor o contexto dos dados, mostrar como cheguei às conclusões e até mesmo detalhar um pouco mais a metodologia utilizada.
Por outro lado, se já existe um relacionamento estabelecido, posso ir direto ao ponto, fornecendo recomendações específicas baseadas nos dados.
Por exemplo, se seu público já o vê como um especialista, você pode ir direto ao ponto, fornecendo recomendações específicas baseadas nos dados.
Caso contrário, pode ser necessário incluir mais contexto e explicações para construir essa confiança.
Acredito que o nível de detalhe e contexto que você inclui na sua apresentação deve variar de acordo com o nível de confiança que o público tem em você.
Isso é algo que aprendi na prática e que tem me ajudado.
O Que Você Quer que Seu Público Saiba ou Faça?
Um dos maiores desafios na comunicação de dados, na minha opinião, é garantir que o público saiba exatamente o que você espera que ele faça ou entenda após a apresentação.
Já participei de reuniões em que, ao final, as pessoas ficaram com dúvidas sobre qual era o próximo passo ou como aqueles dados poderiam ser aplicados na prática.
Por isso, sempre me pergunto: “O que eu quero que meu público saiba ou faça após ver esses dados?”
Essa reflexão me ajuda a tornar a comunicação mais relevante e alinhada aos interesses e necessidades do público.
Por exemplo, se você está apresentando uma análise de mercado, deixe claro como esses dados podem influenciar as estratégias de vendas ou marketing.
Essa clareza não só torna sua apresentação mais impactante, mas também facilita a tomada de decisões por parte do seu público.
Controle e Detalhe
A escolha do método de comunicação também é algo que considero fundamental.
Dependendo do público e do objetivo, uma apresentação ao vivo pode ser mais eficaz do que um relatório escrito ou um dashboard.
Considere a sequência contínua de opções de comunicação, desde apresentações ao vivo até e-mails, e escolha a que melhor se adapta às suas necessidades.
Por exemplo, um dashboard interativo pode ser excelente para equipes que precisam acessar dados atualizados constantemente, enquanto uma apresentação detalhada pode ser mais adequada para reuniões estratégicas.
Acredito que a escolha do método de comunicação deve ser feita com base nas necessidades do público e no tipo de interação que você deseja ter.
Como Usar os Dados
Após definir claramente quem é seu público e o que precisa que ele saiba ou faça, é hora de considerar os dados disponíveis.
Na minha experiência, os dados devem servir como evidência para a história que você está construindo.
No entanto, é importante evitar a tentação de mostrar apenas os dados que corroboram sua ideia.
Isso pode ser enganoso e até mesmo arriscado, pois um público atento vai perceber se há informações faltando ou se os dados estão sendo apresentados de forma unilateral.
Contexto e Confiabilidade
Acredito que mostrar uma quantidade adequada de contexto e até mesmo dados contrários pode fortalecer sua argumentação.
A transparência é algo que valorizo muito nos meus projetos, pois ela aumenta a confiança do público na análise.
Varie a quantidade de contexto e dados conforme a situação e a relação de confiança com seu público. Isso ajuda a construir uma relação de confiança com o cliente e mostra que estou comprometido em entregar uma análise completa e honesta.
Conclusão
Para mim, entender o contexto é a chave para o sucesso na visualização de dados.
Conhecer o público, definir claramente o que você quer que ele saiba ou faça, escolher o método de comunicação adequado e usar os dados de maneira transparente são passos essenciais para uma comunicação eficaz.
Ao seguir essas diretrizes, você estará melhor posicionado para criar visualizações de dados que realmente impactem seu público e conduzam à ação.
Minha experiência me mostrou que, quando você coloca o contexto no centro da sua estratégia de comunicação, os resultados são muito mais significativos.
E é isso que busco em todos os meus projetos: não apenas apresentar dados, mas contar histórias que gerem insights e inspirem ações.
Afinal, no mundo dos dados, o que importa não são apenas os números, mas o impacto que eles podem gerar.