Recentemente, algumas pessoas me procuraram no LinkedIn para perguntar sobre o desenvolvimento do meu portfólio de projetos de dados.
Hoje, meu portfólio está hospedado no WordPress, construído com o Elementor. Adquiri conhecimentos de criação de sites praticamente por osmose, convivendo e trabalhando com profissionais de outras áreas como Gestores de Tráfego, Desenvolvedores Web, Coprodutores, Social Media, entre outros.
Se você é novo(a) por aqui, espero que esse conteúdo te ajude de alguma forma!
Conteúdo
O começo nem sempre é bonito
Preciso ser honesto: chegar ao nível em que estou hoje foi um processo. Tudo começou no fim de 2019, quando pedi demissão de uma multinacional e me mudei para Florianópolis, para morar com meus primos e conseguir um emprego na área de dados e BI.
Cheguei lá no início de 2020. Já tinha alguma bagagem: experiência com Power BI, conhecimento em SQL Server e, claro, o velho e bom Excel.
Mas eu queria me destacar. Decidi então criar algo diferente: um currículo/portfólio de projetos interativo no Power BI, misturando informações profissionais com projetos que eu já tinha desenvolvido.
Naquela época, a pandemia nem passava pela nossa cabeça. Mas, no fim, tudo deu certo. Consegui uma vaga em uma edtech e tive contato com outras ferramentas como Looker Studio (na época, Google Data Studio), Google Big Query, Pentaho e até alguns processos de tratamento de dados em Python — com a ajuda do time de Engenharia de Dados, claro.
Agora, quero compartilhar com você 5 lições que aprendi ao longo da criação do meu portfólio.
Portfólio de Projetos de Dados: 5 Lições que Aprendi Criando o Meu
Criar um portfólio de projetos não foi apenas uma forma de mostrar minhas habilidades — foi, acima de tudo, um processo de aprendizado.
Entre acertos, erros e versões que não existem mais, vivi na pele os desafios que muitos estão enfrentando na hora de criar seus projetos, e quero compartilhar um pouco sobre isso.
1. Crie o mais rápido possível
Com o crescimento dos dados e consequentemente da área de dados, e a busca constante das empresas por profissionais qualificados, ter um portfólio de projetos se tornou quase obrigatório — principalmente para quem está construindo sua trajetória ou buscando se destacar em meio à concorrência.
Talvez para quem já atua há 15, 20 anos e ocupou cargos de liderança em grandes empresas, um portfólio nem faça tanta diferença. Mas para nós, que estamos no meio da caminhada, ele pode ser o fator decisivo entre ser chamado para uma entrevista ou passar despercebido.
Um portfólio bem estruturado não é apenas uma vitrine do que você sabe fazer. Ele mostra como você pensa, resolve problemas, organiza ideias e transforma dados em valor real para o negócio.
Se eu não tivesse dado aquele primeiro passo — criando meu portfólio no Power BI com o que eu sabia na época —, talvez não estivesse aqui hoje, contando essa história. Foi simples, longe do ideal, mas foi o começo.
2. Sua primeira versão provavelmente será uma bela de uma….
Preciso ser realista: sua primeira versão provavelmente vai ser bem ruim. Falo isso por experiência própria.
Comparando com as versões atuais, meu primeiro portfólio era bem inferior — mas tinha o essencial para a época: informações sobre mim e meus projetos.
Se eu pudesse voltar no tempo, ainda usaria o Power BI, mas incluiria mais detalhes sobre cada projeto: o processo de construção, desafios, aprendizados e resultados.
Uma dica? Mesmo que você só saiba usar o Power BI, dá pra criar algo bem legal: use imagens de capa para cada projeto e dois botões — um para o artigo no Medium e outro para o dashboard (ou GitHub).
3. Pare de se comparar com os outros
Já me comparei demais — e, se eu não tomar cuidado, ainda caio nessa armadilha.
O problema é que a comparação paralisa. Vemos portfólios incríveis, e por não conseguirmos fazer igual com o que sabemos hoje, acabamos procrastinando… ou nem começando.
Mas o segredo está justamente em dar o primeiro passo. Criar algo é melhor do que não criar nada, ouvi essa frase e nunca me esqueci “bem feito é melhor do que perfeito”.
Faça o melhor com o que sabe e vai melhorando!
4. Peça feedback e faça networking
Essa parte pode ser desafiadora, principalmente quando pensamos em mandar mensagem para desconhecidos no LinkedIn pedindo um feedback.
Já recebi esse tipo de pedido, e sei que nem sempre é fácil parar a rotina para ajudar. Mas, com o tempo, percebi que existem outras formas de criar conexões.
Participei de cursos que abriram portas para bons contatos e novas visões. E a comunidade de dados está cada vez mais ativa. Você não precisa investir em cursos para ter esse contato — em grupos de dados no próprio LinkedIn, é possível postar seu portfólio e pedir sugestões para melhorá-lo.
5. Guarde suas versões antigas (meu maior arrependimento)
Lembra do meu primeiro portfólio feito no Power BI? Pois é… eu apaguei. Excluí do Power BI Online e até o momento não encontrei o arquivo.
Na época, não tinha a maturidade que tenho hoje. Alguém fez um comentário maldoso sobre o portfólio de outro colega, e aquilo me deixou bastante irritado. Meu portfólio era mais simples, visualmente inferior, e acabei excluindo o meu, levei pro coração e me dei mal.
Hoje vejo que isso foi um erro. Sempre vai ter gente com opiniões diferentes da sua — e algumas bem negativas. Precisamos aprender a lidar com isso e seguir firmes.
Depois disso, criei um novo portfólio em HTML, hospedado no GitHub Pages e o que uso atualmente, criado com WordPress e Elementor. Mas ainda me arrependo de não ter guardado aquele primeiro projeto.
O que mais me arrependo é de não ter guardado aquele primeiro projeto. Ter esse registro seria importante não só para mim — para relembrar como tudo começou e enxergar minha própria evolução ao longo dos anos —, mas também para inspirar outras pessoas que estão iniciando agora e buscando criar um portfólio profissional desde o começo.
Crie seu portfólio de projetos
E nem ache que precisa saber criar um site só porque viu alguém com um portfólio super bonito.
Você tem pelo menos um projeto? Sabe usar um pouco de Power BI?
Se respondeu sim, já tem o suficiente para começar. Seu primeiro portfólio pode ser simples, e tudo bem. O importante é que ele seja seu. Com o tempo, você vai melhorar, aprender novas ferramentas e criar algo ainda mais completo.
E um conselho importante: não apague essa primeira versão. Seu “eu do futuro” vai agradecer por ter guardado esse começo.
