Se você está começando sua jornada como analista de dados, provavelmente já percebeu que a parte técnica, por mais desafiadora que seja, não é o único obstáculo.
Aprender SQL, Power BI, Python ou qualquer outra ferramenta é importante, claro. Mas tem algo que costuma impactar profundamente – e silenciosamente – a sua trajetória: a liderança.
A liderança na carreira de analista de dados influencia diretamente o ritmo, o aprendizado, a confiança e até a motivação de quem está iniciando.
Conteúdo
A importância da liderança nos primeiros passos
No começo, tudo parece um mar de interrogações. As ferramentas, o vocabulário e os processos internos das empresas que nem sempre estão claros.
Nesse cenário, ter um líder que entende esse contexto e guia com empatia é um verdadeiro presente.
Um bom líder é aquele que não espera perfeição, mas oferece espaço para aprendizado. Ele entende que o erro faz parte do crescimento e que ninguém nasce sabendo tudo sobre o negócio, os dados ou as entregas.
Quando isso acontece, o ambiente se torna um lugar fértil para crescer.
Mais do que um chefe, um mentor
Um líder eficiente é mais do que alguém que cobra entregas. Ele é um mentor que compartilha conhecimento, cultura e propósito.
Um analista de dados bem orientado entende não só a ferramenta que está usando, mas por que está usando, e como aquilo impacta o negócio.
Ao contrário do microgerenciamento, que sufoca, um líder mentor desafia com propósito, dá feedbacks consistentes e ajuda o analista a conectar os pontos entre dados e estratégia empresarial.
Os aprendizados com bons líderes
Quando um analista de dados tem a sorte de ser guiado por um bom líder, os ganhos vão muito além da parte técnica.
Saber fazer um bom dashboard é ótimo, mas saber por que aquele dashboard é importante é ainda melhor. E isso exige visão de negócio, empatia, comunicação — tudo que um líder consciente pode ensinar.
Além disso, bons líderes ajudam a desenvolver competências comportamentais como proatividade, resiliência, escuta ativa e adaptabilidade.
São soft skills que, somadas à técnica, tornam qualquer analista muito mais completo.
Confiança e autonomia como chaves do crescimento
Um líder de verdade confia. Ele não precisa estar por perto o tempo todo para garantir que você está fazendo seu trabalho.
Ele te dá autonomia, te inclui em decisões e valoriza a sua opinião. Isso cria um ambiente onde o analista sente que pertence e contribui, o que é extremamente motivador.
Essa confiança se traduz em liberdade para testar ideias, assumir novos desafios e até errar, porque os erros são vistos como parte do caminho, e não como fracasso.
Quando a liderança atrasa mais do que ajuda
Infelizmente, nem todos os profissionais têm a sorte de contar com bons líderes desde o início. Às vezes, o que se encontra são chefes que confundem autoridade com autoritarismo.
Que focam apenas em métricas, esquecem das pessoas e tratam a equipe como um recurso, não como indivíduos.
Esse tipo de liderança prejudica muito o crescimento. A pressão sem explicação, a cobrança sem direcionamento e o medo de errar criam um ambiente onde o analista de dados se retrai.
Em vez de aprender, ele se preocupa em não ser punido, e isso trava qualquer possibilidade de desenvolvimento.
O microgerenciamento e a paralisia do crescimento
Outro veneno silencioso na liderança na carreira de analista de dados é o microgerenciamento.
Quando o líder quer controlar cada passo, cada linha de código, cada clique no Power BI, o profissional perde a oportunidade de pensar por conta própria.
Esse tipo de ambiente suga a criatividade, desestimula a inovação e faz com que o analista apenas cumpra ordens, sem entender o porquê.
A longo prazo, o profissional sente que está estagnado, e o brilho de aprender com os dados se apaga.
Aprender com os bons e também com os ruins

Mesmo quando a experiência com a liderança é ruim, existe um valor escondido. Porque, mais cedo ou mais tarde, você vai liderar.
Seja um projeto, uma apresentação, uma equipe ou um processo. E aí, o que não fazer se torna tão importante quanto o que fazer.
Líderes ruins ensinam, mesmo sem saber. Ensinam sobre a importância da escuta, do respeito, da paciência, da empatia.
Ensinaram o que é preciso evitar para criar um ambiente onde as pessoas querem evoluir, não apenas sobreviver.
Escolha o que fazer com cada experiência
Não temos controle sobre quem será nosso líder, mas temos controle sobre como vamos reagir.
Você pode usar cada situação difícil como aprendizado. Pode observar, refletir e anotar mentalmente: “Isso eu jamais quero reproduzir”.
Essa escolha consciente transforma frustração em sabedoria, transforma ressentimento em estratégia.
E quando chegar sua hora de liderar (porque ela vai chegar), você estará muito mais preparado.
Construindo sua própria trilha, com ou sem bons líderes
Não importa se você teve líderes excelentes ou decepcionantes. O que importa é que a sua carreira é sua.
Você pode – e deve – assumir o controle do seu crescimento, buscar mentores fora da sua equipe, estudar por conta própria e construir redes de apoio.
O mercado de dados é vasto e cheio de oportunidades.
Muitas vezes, o líder que você procura pode estar fora da sua empresa atual: em comunidades, fóruns, cursos, eventos. Não espere tudo da liderança formal, crie o seu próprio sistema de aprendizado.
Desenvolva autoliderança
Autoliderança é a capacidade de se orientar, se cobrar, se motivar e se desenvolver sem depender totalmente de fatores externos.
É quando você entende que ninguém vai cuidar melhor da sua carreira do que você mesmo.
Desenvolver essa habilidade é essencial para crescer no mundo dos dados. Afinal, as ferramentas mudam, os projetos passam, os gestores vêm e vão.
Mas o que você escolhe fazer com o que viveu é o que define quem você será amanhã.
Conclusão: Líderes moldam, mas você constrói
A liderança na carreira de analista de dados tem um impacto profundo.
Bons líderes aceleram aprendizados, transformam ambientes e despertam o melhor de cada profissional. Líderes ruins, por outro lado, ensinam pela dor, mas também ensinam.
Se você está começando agora, procure absorver tudo o que puder dos bons exemplos.
Mas não se desespere se o seu líder atual não for o que você esperava. Lembre-se: a experiência é sua e o aprendizado é sempre possível.
Valorize os líderes que te guiam com respeito. E, se passar por um líder que limita, transforme essa limitação em lição.
Nem sempre podemos escolher quem vai nos liderar, mas sempre podemos escolher como vamos reagir e o que vamos aprender com cada experiência.