Como seguir uma estrutura mínima em projetos de dados me ajudou a parar de apagar incêndios

Como seguir uma estrutura mínima em projetos de dados me ajudou a parar de apagar incêndios

Entenda a importância de ter uma estrutura mínima em projetos de dados e como isso pode transformar não só os seus resultados, mas também a sua rotina e a percepção do seu trabalho dentro da empresa

Projetos de dados são empolgantes. Eles prometem insights, decisões mais inteligentes, inovação e, claro, resultados concretos para o negócio.

Mas, quando você está no meio do caos com tarefas acumuladas, demandas de última hora e reuniões que parecem não ter fim a sensação é de que está fazendo muito, mas entregando pouco.

A verdade é que sem uma estrutura mínima em projetos de dados, a chance de tudo virar um emaranhado de tarefas sem direção é enorme.

Por que a estrutura mínima em projetos de dados é tão importante?

Quando falamos de dados, falamos de complexidade. É fácil se perder quando há muitas variáveis envolvidas: fontes diferentes, stakeholders com objetivos distintos, prazos apertados e ferramentas técnicas.

Sem um ponto de partida, tudo parece urgente, e nada realmente avança.

Ter uma estrutura mínima não significa parar tudo para montar um plano perfeito. Significa criar algo que permita entender:

  • O que precisa ser feito
  • Por onde começar
  • O que é prioridade
  • O que depende de outras áreas
  • Como medir se estamos no caminho certo

Com esse mínimo bem definido, fica mais fácil evitar o clássico “trabalhar muito e não entregar nada que gere impacto”.

É aqui que muitos projetos de dados falham: não por falta de técnica, mas por falta de direção.

O que é uma estrutura mínima em projetos de dados?

A estrutura mínima é como um esqueleto: simples, mas capaz de sustentar tudo que vem depois.

Ela serve para guiar o projeto do ponto A ao ponto B, de forma consciente e organizada.

Ela envolve, no mínimo:

  • Definição do problema de negócio
  • Mapeamento das fontes de dados
  • Etapas do projeto bem divididas
  • Papeis e responsabilidades definidos
  • Critérios de sucesso mensuráveis

A estrutura mínima não é um luxo. É uma necessidade. Sem ela, você começa um projeto analisando um dashboard e termina com mais perguntas do que respostas.

E o pior: sem saber o que deu errado.

Foco no problema de negócio

Antes de abrir o Power BI, escrever uma linha de código SQL ou modelar um fluxo no Microsoft Fabric, você precisa entender uma coisa: qual problema você está resolvendo?.

Isso parece básico, mas é onde muita gente erra.

Projetos de dados começam a dar errado quando são iniciados por curiosidade, achismo ou moda.

O foco precisa estar no negócio. Ou seja, na dor que você vai aliviar ou na oportunidade que vai explorar.

Pergunte-se:

  • Qual decisão depende dessa análise?
  • Quem vai usar esse dado?
  • Qual impacto essa entrega pode gerar?

Esse tipo de questionamento é o que transforma uma análise comum em uma entrega estratégica.

Entender o porquê do projeto é o passo mais importante para montar sua estrutura mínima.

Quebrar o projeto em partes. O famoso dividir para conquistar

Quando você olha um projeto como um todo, ele assusta. Parece grande demais, complexo demais, impossível de concluir.

Mas quando você divide ele em pequenas partes, começa a ver clareza.

Essa divisão é fundamental. Ajuda a:

  • Identificar dependências técnicas ou de outras áreas
  • Gerar entregas parciais mais rápidas
  • Ter feedbacks mais frequentes
  • Sentir progresso

Cada parte concluída vira um ponto de avanço. Você sai da sensação de “trabalhei o dia inteiro e não terminei nada” para “hoje avancei uma etapa importante”.

Essa sensação é realmente ótima.

Etapas essenciais de um projeto de dados bem estruturado

Aqui está um guia com as etapas mínimas que devem fazer parte de qualquer projeto de dados, mesmo os mais simples:

1. Entendimento do problema de negócio

Você precisa escutar, conversar, perguntar. Não assuma que entendeu. Documente as dores, expectativas e o que o time de negócios considera como sucesso.

2. Descoberta e avaliação das fontes de dados

Antes de modelar qualquer coisa, descubra se o dado existe, se está limpo e se é confiável. Um dado errado mata a confiança no projeto inteiro.

3. Planejamento das entregas

Crie uma visão geral com entregas pequenas e bem definidas. Pode usar post-its, ferramentas ágeis ou até um caderno. O importante é saber o que vem antes e o que depende de quê.

4. Modelagem e transformação dos dados

Agora sim, parte técnica. Aqui entra a lógica de ELT/ETL, modelagem dimensional, e até conceitos mais avançados se necessário. Mas dentro de um escopo já validado.

5. Validação com o time de negócio

Nunca entregue algo sem validar. Mostre protótipos, colete feedbacks, ajuste antes da entrega final.

6. Documentação mínima

Pode ser um Notion, um slide ou um arquivo de texto. Mas documente as decisões tomadas, os filtros aplicados, as colunas criadas. Isso evita retrabalho.

Como ganhar ritmo em meio ao caos

Você provavelmente já viveu isso: está no meio de várias demandas, seu dia parece que voa, e mesmo assim… você sente que não entregou nada.

Isso acontece porque sem estrutura, você vira refém da urgência.

A estrutura mínima te protege disso. Ela:

  • Te ajuda a dizer “não” para o que não é prioridade
  • Te dá clareza do que fazer em cada momento
  • Cria um ritmo sustentável de trabalho
  • Traz visibilidade do progresso

Além disso, o time todo começa a trabalhar melhor. A comunicação melhora, os objetivos ficam mais claros, e as entregas passam a ter mais valor percebido.

O que não é estrutura mínima (e muita gente confunde)

Muita gente acha que está sendo organizado quando, na verdade, está complicando o projeto.

Veja o que não fazer:

  • Ter 5 ferramentas abertas e nenhuma integração entre elas
  • Criar apresentações extensas antes mesmo de explorar os dados
  • Planejar por semanas e nunca executar
  • Ter uma documentação gigantesca que ninguém lê
  • Se prender a frameworks sem entender o contexto

A estrutura mínima é leve, prática e adaptável. Ela não engessa. Ela liberta.

Casos reais: como a estrutura mínima evitou desastres

Vamos a um exemplo. Em uma startup, o time de dados precisava entender por que os clientes estavam abandonando a plataforma.

A equipe começou coletando todos os dados possíveis, criou dezenas de relatórios, mas nada parecia fazer sentido. O motivo? Ninguém tinha parado para definir o que era “abandono” para o negócio.

Depois de uma reunião simples de 30 minutos com o time de produto, definiram o abandono como “não retornar após 15 dias de inatividade”.

Com isso, as análises ganharam direção. Com um simples alinhamento, o projeto saiu do caos para uma entrega assertiva.

Outro exemplo: uma multinacional investiu 6 meses em um projeto de dashboard sem nunca validar os indicadores com o time de vendas. O resultado foi um relatório bonito, mas inútil.

Bastou dividir o projeto em entregas semanais, com validações rápidas, e tudo mudou. O valor passou a ser percebido desde a primeira entrega parcial.

Conclusão: menos é mais, quando bem feito

Projetos de dados não precisam ser grandes para serem impactantes. Eles precisam ser estruturados, mesmo que de forma mínima.

Com clareza no problema, divisão de etapas, validações constantes e entregas pequenas, você ganha ritmo, gera valor e mostra que o time de dados não está só apagando incêndio, mas construindo soluções reais.

Se você está sentindo que está correndo sem sair do lugar, pare. Volte ao básico. Monte sua estrutura mínima. A partir daí, o caminho se revela.

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Edinan Marinho

Edinan Marinho

Analista de Dados & Analytics Engineer. Trocando ideias sobre Análise de Dados, Ciência de Dados, Visualização de Dados, UX & Design, Tecnologia e Negócios. Engenheiro de Produção e Microsoft Certified: Fabric Analytics Engineer Associate!