Como a Maturidade dos Dados Define o Papel do Engenheiro de Dados

Como a Maturidade dos Dados Define o Papel do Engenheiro de Dados

Entenda como a maturidade dos dados define o papel do engenheiro de dados.

Como a Maturidade dos Dados Define o Papel do Engenheiro de Dados. Compreender esse conceito é essencial para profissionais que desejam evoluir na carreira de engenharia de dados.

A maturidade dos dados orienta responsabilidades, prioridades e escolhas arquiteturais, impactando automação, governança e qualidade.

O que é maturidade dos dados?

A maturidade dos dados é a capacidade de uma organização de usar dados de forma consistente para tomar decisões, automatizar processos e gerar valor.

Não é só sobre tecnologia. É sobre pessoas, processos e cultura.

Empresas maduras têm dados observáveis, contratos claros e métricas que ligam dados ao resultado; isso permite decisões mais rápidas e menos retrabalho.

Maturidade significa que os dados são conhecidos, governados e fáceis de consumir por quem precisa.

Isso reduz retrabalho, acelera análises e melhora a confiança em decisões estratégicas.

Consequentemente, evita-se desperdício de tempo em limpeza manual e correção de respostas conflitantes entre equipes.

A maturidade também não depende apenas do tamanho ou receita da empresa; uma startup bem estruturada pode ter práticas melhores que uma corporação centenária.

O que importa é como os dados são tratados como vantagem competitiva, integrados ao negócio e usados para criar produtos e serviços melhores.

Em muitos casos, a cultura de dados é mais determinante que o orçamento; líderes que priorizam métrica e qualidade aceleram o progresso.

Modelos de maturidade

Existem modelos formais que ajudam a medir e planejar a evolução dos dados. Um dos mais conhecidos é o Data Management Maturity (DMM), desenvolvido pelo CMMI Institute, que mapeia capacidades e boas práticas para melhorar a gestão de dados na empresa.

Esse modelo traz uma linguagem comum e checkpoints que orientam auditorias e roadmaps técnicos.

Outra referência usada por times e consultorias é o modelo de maturidade de governança do mercado, frequentemente associado a níveis que vão de “Aware” a “Optimized”, descrevendo a evolução da governança e do controle de dados.

Esse framework facilita priorização e comunicação com a liderança e ajuda a identificar onde alocar investimento e esforço.

Grandes provedores e consultorias recomendam usar esses modelos como roteiro, mas sempre adaptando-os ao contexto do negócio.

Um modelo fornece indicadores e benchmarks; a execução exige foco em processos, adoção por pessoas-chave e métricas de impacto.

Avaliações periódicas mostram onde investir no próximo trimestre e quando evoluir arquitetura ou governança.

Como a maturidade impacta o dia a dia do engenheiro de dados

Em empresas com baixa maturidade, o engenheiro de dados atua em regimes de alta urgência: corrige pipelines, limpa dados manualmente e responde a demandas imediatas.

Isso gera alta dívida técnica e impede foco em automação.

A pressão por entregas rápidas faz com que soluções temporárias virem permanentes e dificulta escalar processos.

Em ambientes maduros, o foco passa para automação, observabilidade, contratos de dados e entrega de produtos.

O engenheiro projeta plataformas escaláveis, define SLAs, cria testes automatizados e trabalha com times de produto para garantir que os dados sejam confiáveis e reutilizáveis.

Essa mudança torna o trabalho mais previsível e estratégico, permitindo foco em inovação e qualidade.

Exemplos práticos: startup vs empresa legada

Startups bem estruturadas costumam adotar práticas modernas desde cedo: catálogo de metadados, testes de qualidade e métricas claras — e por isso podem ser surpreendentemente maduras em dados.

Muitas escolhem arquiteturas como lakehouse ou padrões de data mesh para desacoplar propriedade e acelerar consumo.

Já empresas legadas enfrentam desafios como silos e sistemas antigos, o que torna a mudança mais lenta e custosa.

Estudos mostram que organizações tradicionais precisam acelerar a transformação para não perder competitividade.

Líderes de mercado também destacam que preparar os dados é a maior parte do esforço em projetos de IA e analytics, reforçando a necessidade de investir em governança e qualidade desde o começo.

Esse trabalho consome recursos e deve ser planejado como parte do roadmap de produto; é investimento, não apenas custo.

Times maduros tratam dados como produto: há donos claros, SLAs, métricas de impacto e processos para reutilização.

Esses times conseguem reduzir o tempo entre pergunta e resposta, aumentar a confiança do usuário final e transformar relatórios em ativos na governança corporativa.

Habilidades e responsabilidades em cada nível de maturidade

No nível inicial, o engenheiro precisa dominar SQL, scripts, ETL e troubleshooting; seu papel é resolver problemas imediatos e garantir que relatórios saiam.

A comunicação com quem pede os dados é essencial para não entregar informação incorreta.

Ferramentas básicas como orquestradores (Airflow, Prefect) e scripts bem escritos já fazem grande diferença e elevam a confiabilidade.

Conhecimento em ferramentas de catalogação (Amundsen, DataHub), teste de dados (Great Expectations) e plataformas de observabilidade (ex.: Monte Carlo) acelera a transição para papéis seniores.

Em níveis intermediário e avançado, o profissional precisa de modelagem, automação de pipelines, testes, versionamento, catálogo de metadados e visão de produto.

Além disso, competências como desenho de data contracts, observabilidade, definição de SLAs e habilidades de stakeholder management tornam-se críticas.

O engenheiro deixa de ser apenas executor e passa a influenciar estratégia e produto.

Como avançar a maturidade: passos concretos para engenheiros de dados

Comece pequeno, mas com propósito: identifique 1–2 produtos de dados com impacto claro (relatórios críticos, pipelines de vendas, previsões).

Documente casos de uso e métricas de sucesso. Priorize ações que reduzam risco e tragam retorno rápido, criando wins mensuráveis em 30–90 dias.

Implemente um catálogo de metadados, testes de qualidade, data contracts e observabilidade.

Estabeleça CI/CD, padronize deploys e automatize testes; monitore a frequência e a severidade de incidentes.

Evite over-engineering: entregue mínimo viável e evolua com feedback dos consumidores.

Use um modelo de maturidade (por exemplo, DMM) para orientar o roadmap e medir progresso.

Meça ganho em termos de redução de incidentes, tempo para confiar em um dataset e impacto nas métricas de negócio.

Meça KPIs como redução de incidentes, tempo até confiar em um dataset e impacto em receita; esses indicadores ajudam a justificar investimentos contínuos.

Organizações que avançam na maturidade relatam ganhos significativos como aumento de receita e eficiência operacional.

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Edinan Marinho

Edinan Marinho

Analista de Dados & Analytics Engineer. Trocando ideias sobre Análise de Dados, Ciência de Dados, Visualização de Dados, UX & Design, Tecnologia e Negócios. Engenheiro de Produção e Microsoft Certified: Fabric Analytics Engineer Associate!