Levantamento de Requisitos em Projetos de Dados como transformar pedidos em valor estratégico

Levantamento de Requisitos em Projetos de Dados: como transformar pedidos em valor estratégico

Levantamento de requisitos em projetos de dados: transforme pedidos em valor estratégico.

Um levantamento de requisitos bem conduzido não é apenas “anotar pedidos”. É interpretar objetivos, mapear processos, descobrir onde o dado existe (ou falta) e, sobretudo, identificar o que gera valor imediato para o negócio.

Projetos de dados que começam por ouvir o negócio produzem entregas que geram decisões e valor para o negócio, não só relatórios bonitos.

O que é realmente um levantamento de requisitos?

Quando você fala a mesma língua do negócio, até pequenas entregas podem virar decisões estratégicas.

Levantamento de requisitos é a etapa onde você traduz desejos em necessidades reais de informação.

Não é apenas anotar pedidos; é entender o propósito por trás do pedido.

  • Quais decisões serão tomadas com aquele dado?
  • Qual impacto esperado?

Isso exige conversas com stakeholders, observação do processo e validação de hipóteses.

Um bom levantamento define escopo, critérios de aceitação e prioridades, e evita retrabalhos mais adiante.

Por que isso é estratégico em projetos de dados?

Quando requisitos são mal definidos, o projeto vira uma fábrica de relatórios inúteis. Dados errados, métricas ambíguas e interpretações conflitantes minam confiança.

Por outro lado, um levantamento bem conduzido alinha expectativas e gera valor imediato.

Empresas que já são data-driven não precisam de mais dashboards; precisam de respostas claras para perguntas de negócio.

Requisitos bem feitos transformam dados em vantagem competitiva.

Passo a passo prático para um levantamento eficaz

  1. Prepare-se: estude o contexto do cliente, processos e histórico.
  2. Entrevistas estruturadas: conduza entrevistas com roteiro (tenha um roteiro de perguntas e faça perguntas abertas).
  3. Mapeie processos: desenhe o fluxo atual (entrada, processamento, saída) e identifique pontos de coleta de dados.

Em paralelo, valide disponibilidade dos dados (sistemas, arquivos, integração) e registre lacunas.

Use formatos simples: planilha de inventário de dados, diagrama do processo e lista de regras de negócio.

Perguntas essenciais para conduzir entrevistas com stakeholders

Antes da próxima entrega, faça boas perguntas.

Exemplos que funcionam:

  • Quais são os 3 maiores desafios do seu time?
  • Como funciona hoje o dia a dia da sua área?

Essas perguntas revelam prioridades, gargalos e expectativas reais.

Acrescente: Se só pudéssemos resolver uma dor agora, qual seria? e Onde você sente maior retrabalho ou demora? assim você identifica quick wins.

Como mapear processos e localizar os dados

Mapear processos é desenhar o fluxo real, não o ideal.

Identifique onde cada dado é criado, quem é responsável e como ele é transformado. Esse exercício mostra pontos de entrada e possíveis pontos de falha.

Crie um inventário simples: fonte, formato, frequência, proprietário e qualidade. Esse inventário é seu mapa para descobrir onde o dado existe (ou falta) e para priorizar integrações e limpezas.

Lidando com dados ausentes ou de baixa qualidade

Nem todo projeto começa com dados prontos. Muitas vezes o dado não existe ou está incompleto. A resposta não é culpar o sistema, é planejar alternativas.

Opções: coletar manualmente um conjunto piloto, criar um MVP que opere com dados limitados. Priorize hipóteses testáveis e métricas que permitam validar valor antes de investir pesado.

Traduzir requisitos em entregas de valor imediato

Para gerar impacto rápido, entregue um MVP analítico: relatório simples que responde uma pergunta crítica com dados confiáveis.

Um MVP bem feito cria confiança e libera orçamento para entregas maiores.

Exemplo prático: se a dor é demora em recuperar ativos logísticos, entregue uma tabela com os principais indicadores (tempo médio, pontos com maior atraso, responsáveis).

Em poucos ciclos isso vira ação e reduz custo.

Comunicação efetiva e definição de aceitação

Alinhe linguagem: crie um glossário curto com termos críticos (ex.: o que é “pallet ativo”, “tempo médio de recuperação”).

Isso evita interpretações diferentes entre times. Documente critérios de aceitação claros para cada entrega.

Um requisito só está pronto quando o stakeholder o entende e pode usá-lo para tomar decisão.

Ferramentas e técnicas que ajudam no levantamento

Workshops rápidos (jornadas do usuário), entrevistas one-on-one, mapeamento de processo (BPMN ou simples diagramas), e inventário de dados são essenciais.

Técnicas como user stories, RACI e matriz de impacto vs esforço ajudam a priorizar.

Não ignore ferramentas de apoio: planilhas colaborativas, protótipos de dashboard, e até gravações de tela das tarefas dos usuários trazem evidência prática.

Erros comuns e como evitá-los

Erro 1: começar pela visualização antes de entender o objetivo. Evite. Se o objetivo não está claro, o dashboard será bonito e irrelevante.

Erro 2: não validar com o dono do processo. Validação frequente corta retrabalho.

Pequenas cerimônias de validação e documentação mínima (1 página por requisito) previnem surpresas lá na frente.

Pontos-chave (resumo rápido)

  • Foque em perguntas que geram decisões.
  • Priorize quick wins que entreguem valor imediato.
  • Mapeie processos e faça inventário de dados.
  • Converta requisitos em critérios de aceitação claros.
  • Use MVPs analíticos para validar hipóteses com pouco esforço.

Conclusão Levantamento de Requisitos em Projetos de Dados

Fazer um levantamento de requisitos bem-feito é muito mais do que preencher uma lista de pedidos. É sobre entender a dor real, identificar onde o dado existe e saber onde ele pode gerar valor imediato para o negócio.

Essa é a grande diferença entre um projeto que apenas entrega relatórios e outro que realmente ajuda a tomar decisões estratégicas.

A verdade é que muitos times caem na armadilha de “atender pedidos” sem questionar. O resultado? Dashboards bonitos, mas que não resolvem nada.

O caminho certo é outro: conversar, perguntar e observar.

Entender como a área funciona, quais são os maiores desafios e onde estão os pontos de retrabalho.

Só assim o time de dados consegue entregar algo que faça sentido de verdade.

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Edinan Marinho

Edinan Marinho

Analista de Dados & Analytics Engineer. Trocando ideias sobre Análise de Dados, Ciência de Dados, Visualização de Dados, UX & Design, Tecnologia e Negócios. Engenheiro de Produção e Microsoft Certified: Fabric Analytics Engineer Associate!